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Em 20 de janeiro de 2025, Donald Trump retornará à Casa Branca, e sua volta levanta questões fundamentais sobre os possíveis impactos desse novo governo na economia global, especialmente na economia brasileira. Historicamente, as decisões políticas e econômicas dos Estados Unidos afetam diretamente as economias em desenvolvimento, e o Brasil não é exceção.
Neste artigo, examinaremos os principais pontos em que a administração Trump poderá influenciar nossa economia.
- Política Comercial e Exportações: uma Faca de Dois Gumes
No governo anterior e durante sua última campanha, Trump sustentou políticas protecionistas com o objetivo de fortalecer a indústria americana e ampliar o emprego no país. Caso essas medidas sejam retomadas, o Brasil poderá enfrentar novas barreiras comerciais, dificultando o acesso de produtos brasileiros ao mercado dos EUA.
Por outro lado, essa postura protecionista abre espaço para que o Brasil amplie suas exportações em mercados onde os Estados Unidos optam por reduzir sua presença. No primeiro mandato de Trump, por exemplo, a guerra comercial com a China resultou em oportunidades para o Brasil, que aumentou suas exportações de soja para o mercado chinês.
Se o novo governo Trump mantiver essa linha protecionista — o que parece provável, dado o discurso consistente ao longo de sua campanha —, o Brasil deverá buscar novas frentes para ampliar sua presença em outros mercados, especialmente asiáticos. Tal estratégia, focada na exportação de commodities agrícolas, já se mostrou eficaz em contextos anteriores e poderá mitigar os efeitos de eventuais restrições comerciais impostas pelos EUA.
- Valorização do Dólar, Política Monetária e Inflação
Espera-se que o governo Trump adote uma política monetária que valorize o dólar, como foi observado em sua primeira gestão. Com o fortalecimento da moeda americana, o real tende a se desvalorizar, o que traz implicações diretas para a economia brasileira.
A alta do dólar encarece as importações, o que pode gerar inflação em alguns setores. Em contrapartida, a desvalorização do real favorece as exportações brasileiras, tornando nossos produtos mais competitivos no mercado internacional. No entanto, esse cenário também pressiona o Banco Central do Brasil a buscar um equilíbrio cambial e a combater uma possível alta inflacionária.
- Bolsa mais Volátil
No primeiro governo Trump, economias em desenvolvimento, como a economia brasileira, sofreram retração de investimentos estrangeiros devido à volatilidade gerada por sua política externa. Com um novo mandato, é provável que investidores adotem uma postura semelhante e cautelosa em relação a mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Um cenário internacional instável aumenta a incerteza e afasta investidores das bolsas de países emergentes, levando-os a buscar refúgio em ativos considerados mais seguros, como os Títulos do Tesouro Americano.
- Taxa Selic nas alturas?
Caso o governo Trump adote uma política que aumente os juros nos EUA, o Brasil poderá enfrentar repercussões no custo de crédito. Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a atrair investidores internacionais, como mencionado anteriormente, o que pode pressionar o Brasil a elevar suas próprias taxas de juros para manter a atratividade do real e evitar a fuga de capitais.
Esse aumento das taxas de juros impacta diretamente o consumo e o crédito no país, reduzindo o acesso a financiamentos e desacelerando o crescimento econômico.
“Não coloque todos os ovos na mesma cesta’’
Embora esse ditado seja amplamente repetido no universo dos investimentos, ele ainda representa um conselho válido. Nenhum investimento, por mais promissor que pareça, é capaz de garantir o sucesso de uma carteira. A diversificação é essencial para gerenciar riscos e proteger seus ativos. Em períodos de alta do dólar, é fundamental incluir na carteira ativos dolarizados, além de outros que não dependam da variação cambial.
A diversificação é o alicerce de investimentos sólidos a longo prazo. Por isso, é essencial realizar pesquisas e evitar seguir cegamente as tendências do mercado. A FPLEME está aqui para ajudá-lo a conquistar independência e protagonismo em seus investimentos.
Referências:
SILVEIRA, Mirna. Saiba quando Donald Trump vai tomar posse presidencial. Correio Braziliense, 6 nov. 2024. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2024/11/6982381-saiba-quando-donald-trump-vai-tomar-posse-presidencial.html. Acesso em: 11 nov. 2024.
CNN BRASIL. Taxações de Trump pode beneficiar relação do Brasil com China, explica especialista. CNN Brasil, 9 nov. 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/taxacoes-de-trump-pode-beneficiar-relacao-do-brasil-com-china-explica-especialista/. Acesso em: 11 nov. 2024.
VALOR ECONÔMICO. Trump pode desacelerar comércio, depreciar real e reduzir investimentos no Brasil, dizem especialistas. Valor Econômico, 6 nov. 2024. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/11/06/trump-pode-desacelerar-comercio-depreciar-real-e-reduzir-investimentos-no-brasil-dizem-especialistas.ghtml. Acesso em: 11 nov. 2024.
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